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Um Processo Decadente Interrompido

Testemunhos

Cada vez que me pedem para dar o meu testemunho, sou forçado a relembrar do meu passado. Isto não é algo que eu gosto muito de fazer, mas quando Deus pode receber toda a glória, então vale a pena compartilhar a história do que Ele fez por mim. Quando olho para trás, vejo o plano maravilhoso que Ele tinha para a minha vida. Mesmo quando eu não estava buscando a Deus, Ele estava movendo situações, para trazer-me a um lugar onde eu pudesse encontrá-lo, quando eu precisava desesperadamente dEle.

Os primeiros anos da minha infância foram passados em a pequena cidade de Clarksdale, Mississipi – Estados Unidos. Minha família era pobre e a vida era difícil. Eu morava com minha mãe, duas irmãs, um irmão, uma tia e minha avó em uma casa bem simples. Nunca escutei a Bíblia sendo lida em minha casa, e eu não conhecia a história da salvação, mas frequentava a igreja todos os domingos.

Infelizmente, minhas professoras da escola dominical não tinham conhecimento do poder de Deus. Quando eu estava com quase treze anos de idade, eu disse a minha mãe que havia mudado para outra igreja. Ela não sabia que eu estava saindo com meus amigos ao invés de ir à igreja.

Não demorou muito até que comecei a me envolver em problemas. Eu era um caçador de aventuras e logo comecei a andar com garotos mais velhos. Isso me levou à problemas. Eu comecei a mentir, roubar, e aos treze anos de idade comecei a beber bebida alcoólica. Depois comecei a faltar na escola. Minha mãe me alertou para que eu refletisse sobre o que eu estava fazendo e até me castigou, mas nada fez parar minha impetuosa busca por problemas. Quando cheguei aos quatorze anos, tornou-se evidente que eu estava fora de controle e minha mãe me mandou para Portland, Oregon – Estados Unidos, para viver com o meu pai.

Minha vida em Portland não era tão diferente. Eu ainda faltava na escola, roubava e mentia. Eu também comecei a usar drogas. Três meses depois de haver chegado em Portland, eu acabei sendo hospitalizado por overdose de drogas e estive bem perto da morte. Meu pai tentou fazer com que eu me reabilitasse e enfrentasse a vida. Ele me advertiu sobre a direção em que eu estava encaminhando a minha vida, e o que eu estava fazendo comigo mesmo, mas eu não o ouvia. Logo, estava em problemas por ter roubado uma loja. Fui levado para uma casa transitória para crianças problemáticas e dali fui transferido para uma detenção juvenil. Logo que terminei o colegial, saí de Portland e voltei para Mississipi.

Eu comecei a estudar numa universidade, mas desisti logo em seguida. Então, alistei-me no exército, mas nada mudou; eu ainda continuava frequentando festas e usando drogas. Quando saí do exército, depois de três anos, não possuia nada além de quando havia me alistado – não tinha um futuro e nem uma direção. Sem outro lugar para ir, voltei para Portland para viver com o meu pai. Eu esperava que nós pudéssemos começar a conhecer um ao outro. Mesmo que eu não percebesse naquele momento, a mão de Deus estava em tudo aquilo. Ele sabia que, em poucos anos, as experiências em Portland me levariam a Ele. Como eu já tinha um estilo de vida definido, um novo ambiente não mudou o meu modo de agir. Assim que me estabeleci, voltei a frequentar festas, usar drogas, roubar e viver uma vida pecadora. No fim, eu estava tão fora de controle que quase cheguei a ser preso.

Durante aqueles anos em Portland, Deus foi fiel em advertir-me, mesmo que eu não soubesse muito a respeito dEle ou pudesse entender o que estava acontecendo. Deus muitas vezes falava comigo. Eu escutava uma Voz clara, dizendo-me: “Vá à igreja.” Frequentemente eu ouvia essas palavras enquanto assistia a televisão, sentado em casa e até mesmo quando estava no trabalho. Eu as ignorava completamente.

Então, um sentimento de condenação tão forte veio sobre mim, que eu não conseguia nem dormir ou comer. Por aproximadamente umas três semanas, eu me sentia absolutamente infeliz, tanto espiritualmente como fisicamente. Eu pensei que estivesse ficando insano. Com a esperança de livrar-me daquele sentimento, eu comecei a ir a igreja. Um amigo me sugeriu que eu visitasse a sua igreja e me confessasse com um padre. Eu fiz isso e o padre me deu um cartão com um poema, escrito: “Deus, dê-me serenidade para aceitar as coisas que eu não posso mudar, coragem para mudar as coisas que eu posso mudar, e sabedoria para saber a diferença.” Eu pensei que, se desse dinheiro à igreja, isto ajudaria. Eu até mesmo tentei “ajudar aos pobres”, ao fazer uns cinquenta sanduíches de mortadela e distribuí-los aos mendigos, no centro da cidade. Nada ajudou. Então, eu comecei a ler a Bíblia e a orar.

Num certo domingo, fui à casa de um conhecido. Ali, fiquei sabendo que um senhor estava telefonando para várias pessoas, em busca de alguém que o levasse de carro à igreja, naquela noite. A senhora sugeriu que eu ligasse para ele. Eu fiz o telefonema, e uma mulher atendeu a ligação com estas palavras: “Jesus te ama.” O que aconteceu é que eu havia discado o número incorreto, mas Deus sabia o que eu precisava escutar. Após discar novamente, pude combinar os detalhes para levar aquele senhor à igreja.

Naquela noite, eu entrei no auditório da Igreja da Fé Apostólica. Eu não me lembro das canções ou o que sucedeu-se naquele culto. Nem sequer me lembro do sermão, com exceção de quando o pastor perguntou: “À quem é que você está servindo?” Eu sabia que eu não estava servindo a Deus. No final do culto, eu fui ao altar de oração, e ali eu clamei à Deus de todo o meu coração: “Deus, tenha misericórdia de mim.” Mesmo que eu não tivesse nenhuma esperança no meu coração, Deus fez uma mudança na minha vida.

Quando terminei de orar, não me sentia diferente em relação aos meus problemas. Eles eram muito grandes para que eu sentisse paz. Eu nem mesmo sabia o que a palavra salvação significava, mas o que eu sabia era que podia comer pela primeira vez em duas semanas, e até mesmo pude dormir. À medida que passavam-se os dias, eu sabia que havia mudado. Meu vício às drogas havia-se ido, os roubos haviam parado e a vida pecadora havia-se acabado. De fato, comecei a testemunhar para as pessoas que trabalhavam comigo.

Na noite em que fui salvo, um dos pastores me disse que, se eu tivesse algum problema, eu poderia telefonar para o escritório da igreja, pedindo oração. Ele não sabia de todos os problemas que eu estava enfrentando ou da quantidade de problemas em que estava envolvido. Telefonei para o escritório no dia seguinte. Mais do que qualquer outra coisa, salvação me deu alguém a quem recorrer quando precisasse de ajuda: Deus.

Pouco tempo depois de haver sido salvo, li um folheto a respeito de restituição e percebi que precisava acertar algumas coisas do meu passado. Comecei a visitar lojas para pagar pelas coisas que eu havia roubado, e escrevi cartas para as companhias que havia defraudado. A quantidade de dinheiro que eu devia era enorme, mas Deus nunca me desamparou. Através dos anos, Ele providenciou maneiras para que eu pudesse restituir tudo com sucesso.

A maior provação que ainda estava por vir seria o tempo na prisão. Mais uma vez, Deus interveio. Um homem Cristão escreveu uma carta ao juiz que ia sentenciar-me. Na carta, ele citou o versículo: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Coríntios 5:17). O juiz foi comovido pela Palavra de Deus. Ele me disse que poderia me sentenciar por 10 anos pelo crime que eu havia cometido, mas que ele iria me dar somente um ano. Acabei ficando preso por somente cinco meses e dezenove dias.

Deus estava comigo todos os dias na instituição correcional. Ele me sustentou, mesmo quando a minha antiga vida estava ao meu redor. Eu poderia ter caído novamente no pecado, mas o Seu poder estava comigo. Todas as manhãs, ao acordar, eu me ajoelhava ao lado da minha cama para orar, e a oração ajudou-me a prosseguir adiante. Deus operou outro milagre ao permitir que eu mantivesse o meu trabalho. Deixavam-me sair todos os dias para trabalhar. Isso me ajudou para que eu pudesse restituir o que eu devia.

Eu não me envolvi com problemas em uma noite, e nem tão pouco saí deles em uma noite, mas Deus estava comigo em cada passo. Antes de ser salvo, eu havia feito verdadeiros inimigos. Após haver sido salvo, eu sabia que a minha vida ainda estava em perigo. Um dia, numa loja, eu vi o homem que havia me ameaçado. Eu estava com medo, mas sabia que deveria pedir-lhe perdão pelo que havia feito a ele. Aproximei-me dele e disse-lhe que sentia muito. Eu não sabia o que ele iria fazer. Ele me olhou e disse: “Soube que você foi salvo, e eu sabia que se você realmente tivesse sido salvo, você iria pedir perdão. Meus irmãos queriam te machucar, mas Deus disse-lhes para que te deixassem em paz.”

Já fazem quase quatorze anos desde a noite em que encontrei a Deus – quatorze anos sabendo que Ele me ama incondicionalmente, e quatorze anos de vitória sobre o pecado! Ele me alcançou, um jovem pecador, rebelde, sem nada de bom na minha vida, e me fez um filho dEle. Ele colocou a minha vida em ordem. Agora eu tenho uma direção na minha vida, e estou contemplando o meu futuro com Ele no Céu, algum dia. Eu posso dizer que Deus é um Deus bom!

Duane Wilson é membro da Igreja da Fé Apostólica em Portland, Oregon – Estados Unidos